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Distração, impulsividade, a busca do conflito em Hiperativo

    Distração é uma característica do hiperativo

    Como já mencionei acima, o córtex pré-frontal manda sinais inibitórios para outras áreas do cérebro, sossegando os dados advindos do meio, de modo que você possa se concentrar.

    Distração e hiperatividade
    Distração e hiperatividade

    Quando o córtex pré-frontal está com hiperatividade, ele não desencoraja adequadamente as partes sensoriais do cérebro e, como resultado, estímulos em demasia bombardeiam o cérebro.

    A distração fica evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com DDA.

    Na classe, durante reuniões, ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a perceber outras coisas que estão acontecendo e tem dificuldade em se concentrar na questão que está sendo tratada.

    As pessoas que têm DDA tendem a olhar pelo quarto, desligar-se, parecer aborrecidas, esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma informação totalmente fora do assunto.

    A distração e o pequeno âmbito de atenção podem também fazer com que elas levem muito mais tempo para completar seu trabalho.

    Impulsividade também caracteriza um hiperativo

    A falta de controle do impulso faz com que muitas pessoas que têm DDA se metam em enrascadas.

    Elas podem dizer coisas inadequadas para os pais, amigos, professores, outros empregados, ou clientes.

    Uma vez eu tive um paciente que foi despedido de 13 empregos, porque tinha dificuldade em controlar o que dizia.

    Ainda que realmente quisesse manter vários dos empregos, de repente punha para fora o que estava pensando, antes de ter a oportunidade de processar o pensamento.

    Decisões mal pensadas são ligados à impulsividade. Em vez de pensar bem no problema, muitas pessoas que sofrem de DDA querem uma solução imediata e acabam agindo sem pensar.

    De modo similar, a impulsividade faz com que essas pessoas tenham dificuldade de passar pelos canais estabelecidos do trabalho.

    Elas frequentemente vão direto ao topo para resolver os problemas, em vez de seguir o sistema.

    Isso pode causar ressentimento dos colegas e supervisores imediatos.

    A impulsividade pode também levar a condutas problemáticas como mentir (diz a primeira coisa que vem a cabeça), roubar, ter casos e gastar em excesso.

    Eu tratei de muitas pessoas com DDA que sofriam da vergonha e da culpa oriundas desses comportamentos.

    Nas minhas palestras costumo frequentemente perguntar ao público: “Quantas pessoas aqui são casadas?”.

    Uma grande porcentagem da platéia levanta as mãos.

    Depois eu pergunto: “É útil dizer tudo o que pensa em seu casamento?”.

    O público ri, porque todos sabem a resposta. “Claro que não”, eu continuo. “Os relacionamentos requerem tato”.

    Mesmo assim, devido à impulsividade e à falta de pensar antes de agir, muitas pessoas que têm DDA dizem a primeira coisa que vem à mente.

    E, em vez de pedir desculpas por terem dito uma coisa que magoou, muitas tentam justificar por que fizeram a observação que magoou, só piorando as coisas.

    Um comentário impulsivo pode estragar uma noite agradável, um fim de semana, ou mesmo um casamento inteiro “.

    A busca do conflito é frequente para o hiperativo

    Sua irritação estimula o hiperativo
    Sua irritação estimula o hiperativo

    Muitas pessoas que sofrem de DDA inconscientemente buscam o conflito como uma maneira de estimular seu próprio córtex pré-frontal.

    Eles não sabem que fazem isso. Não planejaram fazer isso.

    Negam que fazem isso.

    E ainda assim o fazem. A relativa falta de atividade e estímulo do córtex pré-frontal anseia por mais atividade.

    Entrar em hiperatividade, desassossego, e ficar cantarolando são formas de auto-estimulação.

    Outro modo de as pessoas com DDA “tentarem ligar seus cérebros” é provocando confusão.

    Se elas conseguem que seus pais ou cônjuges tornem-se agitados ou gritem com elas, isso pode aumentar a atividade de seus lobos frontais e ajudá-las a sentirem-se mais sintonizadas.

    Novamente este não é um fenômeno consciente. Mas parece que muitas pessoas que têm DDA ficam viciadas em confusão.

    Uma vez tratei de um homem que ficava quieto atrás de um canto de sua casa e pulava de repente para assustar sua esposa na hora em que ela fosse entrar.

    Ele gostava da mudança que obtinha com os gritos dela. Infelizmente para sua esposa, ela ficou com arritmia, devido aos sustos repetidos.

    Tratei de muitos adultos e crianças com DDA que pareciam sentir-se motivados fazendo seus animais de estimação ficar bravos, fazendo brincadeiras irritantes ou provocando-os.

    Os pais de crianças com DDA comumente relatam que seus filhos são peritos em deixá-los bravos.

    Uma mãe me contou que, quando ela acorda de manhã, ela promete que não vai gritar nem ficar brava com seu filho de oito anos.

    Ainda assim, invariavelmente, na hora que ele vai para escola, já ouve pelo menos três brigas e os dois se sentem péssimos.

    Quando expliquei à mãe sobre a necessidade inconsciente que a criança tem de estimulação, ela parou de gritar com ele.

    Quando os pais param de oferecer estimulação negativa (gritos, surras, sermões, etc), diminui o comportamento negativo dessas crianças.

    Sempre que você se sentir como esses pais, pare e fale o mais suavemente que possa.

    Desse modo, você está ajudando seu filho a largar o vício de arranjar confusão e ao mesmo tempo colaborando para baixar sua própria pressão sanguínea.


    Abaixo, todos os tópicos sobre Hiperatividade (DDA/TDAH)


    Para encontrar profissionais que possam ajudá-lo, visite a

    Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA)

    Extraído do livro: Transforme seu cérebro, transforme sua vida. Daniel G. Amen, M.D. Editora Mercúrio