Concentração e Preocupação em hiperativo
Outra conduta de auto-estimulação comum em pessoas que têm DDA é se preocupar com ou se concentrar em problemas.
O tumulto emocional gerado pela preocupação ou por estar aborrecido produz agente químico de estresse, que mantêm o cérebro ativo.
Uma vez tratei de uma mulher que tinha depressão e DDA.
Ela começava cada sessão me dizendo que iria se matar.
Ela percebia que isso me deixava ansioso e parecia gostar de me dar os detalhes mórbidos de como o faria. Depois de conhecê-la bem, eu lhe disse:
“Pare de falar em suicídio. Eu não acredito que você vá se matar. Você ama seus quatro filhos e não posso acreditar que os abandonaria. Acho que você usa essa conversa como uma maneira de criar agitação. Sem que você saiba, seu DDA faz com que você brinque de ‘Vamos criar um problema’. Isso estraga qualquer alegria que você possa ter em sua vida”.
No começo, ela ficou muito zangada comigo (outra fonte de conflito, eu disse a ela), mas confiava em mim o suficiente para, no mínimo, observar seu próprio comportamento. Diminuir sua necessidade de criar caso tornou-se o foco maior da psicoterapia.
Um problema significativo do uso da raiva, tumulto emocional e emoção negativa para auto-estimulação é isso que é danoso ao sistema imunológico.
Os altos níveis de adrenalina produzidos pelo comportamento direcionado ao conflito diminuem a eficácia do sistema imunológico e aumentam a vulnerabilidade à doença.
Eu vi provas dessa deficiência muitas e muitas vezes, na conexão entre o DDA e infecções crônicas e na maior incidência de fibromialgia, dor muscular crônica que se considera associada à imunodeficiência.
Muitas pessoas que têm DDA tendem a se meter em brigas constantes com uma ou mais pessoas, em casa, no trabalho ou na escola.
Elas parecem escolher inconscientemente pessoas que são vulneráveis e travam batalhas verbais com elas.
Muitas mães de filhos com DDA me disseram que tinham vontade de fugir de casa.
Elas não aguentavam o tumulto constante de suas relações com as crianças com DDA.
Muitas crianças e adultos com DDA têm tendência de deixar os outros sem graça por pouca ou nenhuma razão, o que consequentemente faz com que suas “vítimas” se distanciem deles e isso pode resultar em isolamento social.
Elas podem ser os palhaços da classe na escola, ou os espertinhos no trabalho.
Witzelsucht é o termo que a literatura da neuropsiquiatria usa para caracterizar “o vício em fazer brincadeiras de mau gosto”.
Esse vício foi descrito inicialmente em pacientes que tinham tumores no lobo frontal, especialmente do lado direito.
Desorganização, outra característica do hiperativo
Desorganização é outro marco importante do DDA.
A desorganização inclui tanto o espaço físico, como salas, escrivaninhas, malas, gabinetes de arquivo e armários, quanto o tempo.
Frequentemente quando se olha para as áreas de trabalho de pessoas com DDA, é admirar que possam trabalhar ali.
Elas tendem a ter muitas pilhas de “coisas”; a papelada é algo que frequentemente elas têm muita dificuldade de organizar; e parece que têm um sistema de arquivo que só elas podem entender (e mesmo assim só nos dias bons).
Muitas pessoas com DDA têm atrasos crônicos ou adiam as coisas até o último momento.
Eu tive vários pacientes que compraram sirenes de companhias de segurança para ajudá-los a acordar.
Imagine o que deviam pensar os vizinhos! Essas pessoas também tendem a perder a noção do tempo, o que contribui para que se atrasem.
Hiperativos começam muitos projetos, mas terminam poucos
A energia e o entusiasmo de pessoas com DDA muitas vezes as leva a começar muitos projetos.
Infelizmente, pelo fato de serem distraídas e dado o seu pequeno âmbito de atenção, prejudicam sua capacidade de completá-los.
Um gerente de uma estação de rádio me disse que ele começara cerca de 30 projetos especiais no ano anterior, mas havia completado uns poucos apenas.
Ele me disse: “Estou sempre voltando para eles, mas tenho novas ideias que acabam atrapalhando”.
Também tratei de um professor que me disse que, no ano anterior ao que veio me consultar, ele começara 300 projetos diferentes.
Sua esposa terminou seu pensamento dizendo que ele completara somente três.
Muitas pessoas com DDA tendem a ser mal-humoradas, irritadiças e negativas.
Como o córtex pré-frontal está pouco ativo, ele não pode moderar totalmente o sistema límbico, que fica hiperativo, levando a problemas no controle do humor.
De outro modo sutil, como já mencionado, muitas pessoas com DDA preocupam-se com ou ficam super concentradas em pensamentos negativos, como uma forma de auto-estimulação.
Se não conseguem arrumar confusão com os outros no meio ambiente, buscam isso dentro de si mesmas.
Elas frequentemente têm uma atitude do tipo “o mundo está acabando”, o que as distancia dos outros.
Antes o DDA era considerado um distúrbio de garotos hiperativos que o superariam antes da puberdade.
Sabemos agora que a maioria das pessoas que têm DDA não supera os sintomas do distúrbio e que este, frequentemente, ocorre em meninas e mulheres. Calcula-se que o DDA afete 17 milhões de norte-americanos.
Abaixo, todos os tópicos sobre Hiperatividade (DDA/TDAH)
Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA / TDAH)
Distração, impulsividade, a busca do conflito em Hiperativo
Concentração, desorganização, mau humor em Hiperativo
Checando o Córtex Pré-frontal do Hiperativo
Não instigue o hiperativo, fique calmo e firme
Nutrição do córtex pré-frontal no hiperativo
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Hiperativos famosos
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Extraído do livro: Transforme seu cérebro, transforme sua vida. Daniel G. Amen, M.D. Editora Mercúrio