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Populações humanas isoladas estão livres de Transtornos Mentais. Por quê?

    Autor: João Carlos Orquiza [1]

    Resumo

    Há indícios para propor que não existe transtornos mentais em populações humanas isoladas. Esta afirmação está baseada em grupos de povos humanos isolados vivendo ainda hoje em várias partes do Planeta, em condições semelhantes à Pré-história. Transtorno mental parece estar intrinsecamente relacionado ao número exacerbado de indivíduos em grupos humanos, favorecidos por eventos surgidos após o advento da agricultura e pastoreio. Que contribuiu para o surgimento da civilização humana. O número de Dunbar [2] aponta que o tamanho médio de um grupo social de humanos é 148 indivíduos. Número que coincide com humanos vivendo isolados. Esta abordagem relacionada a não existência de transtornos mental em grupos de humanos isolados, parece carecer de estudos na literatura científica. Por isso, será necessário incluir inicialmente, nesse contexto, conteúdos não científicos, como a afirmação de indigenistas. Um deles é o sertanista Orlando Villas-Bôas[3], que atuou por mais de mais de 40 anos com povos indígenas no Brasil. Ele afirma[4]: “em quarenta e tantos anos de contato, encontramos uma sociedade estável e tranquila. Uma sociedade onde ninguém manda em ninguém. Onde o velho é dono da história. O índio é dono da aldeia. A criança é dona do mundo, nunca vi uma mãe puxar a orelha de uma filha, nem um pai dar um coque em um filho. Nem um pai e a mãe dizer não à criança. A criança é livre. Nunca vi um índio brigar com outro. Nunca vi um índio discutir com outro. Nunca vi um marido brigar com a mulher. Nada disso acontece. Isto são normas e comportamento de uma sociedade altamente tranquila”. Essa fala sugere organismos em constante homeostasia. Segundo Robin Dunbar, a vida em grupos é estressante. O que limita o tamanho de grupos sociais. Após o advento da agricultura, surgem populações humanas acima do padrão ideal, o que parece provocar disfunções no organismo humano. Transtornos podem ser a consequência. Hoje, a ciência está voltada para investigar, compreender e intervir em transtornos. Compreender situações de equilíbrio pode também colaborar para uma compreensão mais ampla.

    Palavras chave: povos isolados, homeostasia, transtornos,


    [1] 4º ano de Psicologia, UNIFIL (Centro Universitário Unifil), Londrina/PR. Email: joao.carlos.orquiza@edu.unifil.br

    [2] O número de Dunbar define o limite cognitivo teórico do número de pessoas com as quais um indivíduo pode manter relações sociais estáveis, ou seja, uma relação onde o indivíduo conhece cada membro do grupo e sabe identificar em que relação cada indivíduo se encontra com os outros indivíduos do grupo. Proposto por Robin Dunbar, esse número teórico varia entre 100 e 230 pessoas e tem sido constantemente citado em pesquisas da antropologia. Deve-se notar que o tamanho de pequenas comunidades – tribos, aldeias, grupos de interesse comum – costuma se manter nessa faixa. Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

    [3] Orlando Villas-Bôas – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

    [4] https://www.youtube.com/watch?v=knfSRz1hJrM#t=703


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