Um britânico recebeu uma doação de rim de um primo distante que reencontrou através do Facebook.
O músico Andy Williamson sofre da doença do rim policístico, que causa a falência do órgão, e já tinha passado por um transplante de rim.
O órgão doado começou a apresentar problemas em 2011 e, desde então, Andy precisou fazer diálise diariamente.
Mas, quando o primo John Williamson, que vive em Michigan, nos Estados Unidos, viu o depoimento de Andy em sua página no Facebook, ele se ofereceu para doar um de seus rins ao parente distante.
Eles não se conheciam muito bem e não tinham contato direto há 20 anos, mas são amigos na rede social.
Em junho os dois se encontraram e passaram por uma série de exames em um hospital da cidade britânica de Bristol e, no começo de novembro, eles passaram pelas operações para o transplante.
“Há um ano eu estava em uma situação muito difícil, meu primeiro transplante, que fiz há cinco anos, estava começando a falhar e eu estava de volta à (rotina da) diálise”, disse Andy à BBC.
“Mas uma das coisas que fez a vida valer a pena nestes últimos meses foi saber que este dia (do transplante) chegaria.”
“Uma das coisas mais importantes (deste episódio) é que há tantas pessoas que sofrem de problemas renais e um transplante é muito libertador”, afirmou Andy.
“A energia que você ganha depois de um transplante, por se sentir em forma e saudável, conseguir ter uma vida plena, com a minha mulher e minha filha, é incrível.”
John disse em entrevista à BBC que está se recuperando bem e a experiência foi gratificante.
“Como esperado, estou um pouco dolorido, mas feliz de ter feito isto. Sinto que valeu a pena e os benefícios superam os riscos”, disse.
Distância Para
John Williamson, a distância e o tempo em que não teve contato direto com o primo não foram problemas.
“Nós não conversávamos, mas nos encontramos no Facebook, conhecemos a família de cada um, fiquei sabendo (da filha de Andy) Doro e tenho duas filhas também, então também pude fazer esta conexão”, disse o gerente de marketing à BBC.
“Uma vez que eu e minha mulher conversamos sobre isso, nos informamos, sentimos que era o certo.”
Para Kay Hamilton, coordenadora do setor de transplantes do hospital Southmead, em Bristol, onde a cirurgia foi feita, as redes sociais podem dar mais chances de encontrar doadores de órgãos.
“Acredito que podemos ter mais ofertas de doadores de órgãos através de redes sociais. Contando que eles (os possíveis doadores) sejam monitorados e tratados com muito cuidado, acho que pode ser algo positivo e aumentar o número de transplantes para pessoas como o Andy”, afirmou.
“Mais de 300 pessoas morrem todos os anos esperando por transplantes, são mortes desnecessárias”, afirmou Andy.
“(…) Uma doação de órgão tem um impacto muito maior do que apenas para quem recebe. Também atinge as vidas das famílias e pessoas em volta deles.”
Fonte: BBC Brasil