Cerca de um terço da população mundial adulta é de fumantes, segundo estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde). O número representa 1,2 bilhões de pessoas, entre as quais aproximadamente 47% de toda a população masculina, e pelo menos 12% da feminina.
O cigarro traz diversos males à saúde de homens e de mulheres. De acordo com dados da OMS, cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem devido ao uso do tabaco todos os anos, o que significa mais de dez mil óbitos ao dia. Caso o consumo atual se mantenha, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, alerta a organização.
Diversas instituições e os governos têm programas de combate ao cigarro. Em âmbito nacional, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) coordena e executa o Programa de Controle de Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer, com atividades educativas, medidas legislativas e econômicas.
Legislação
As medidas legislativas ajudam no combate aos males do cigarro, inclusive para os fumantes passivos.
No Estado de São Paulo, o governo criou, há um ano, a Lei Antifumo, que proíbe fumar em locais fechados, como bares, restaurantes, condomínios, empresas e outros.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o alto índice de cumprimento, o respeito e apoio da população à lei trouxeram benefícios à saúde pública.
Um estudo realizado pelo Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas, em cerca de 700 estabelecimentos do Estado, como bares, restaurantes e casas noturnas, revelou que houve uma redução de até 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes.
“A população paulista compreendeu que a lei tinha compromisso com a saúde pública e, por isso, a restrição de fumar em ambientes fechados de uso coletivo obteve êxito, contribuindo com o combate do tabagismo passivo”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Nilson Ferraz Paschoa.
Vício
Entretanto, parar de fumar não é uma atitude fácil. De acordo com o Hospital do Câncer, em média, 80% dos fumantes afirmam querer largar o cigarro, mas poucos conseguem de fato.
Para atender quem pretende deixar o vício, o hospital criou o GAT (Grupo de Apoio ao Tabagista).
O grupo desenvolve um trabalho multidisciplinar, que envolve médicos pneumologistas, psiquiatras e psicólogos, que dão apoio ao fumante.
“Tentamos colocar a sociedade cada vez mais a par da questão do tabagista como é na realidade, desfazendo mitos e eliminando preconceitos que invariavelmente só causam dificuldade e sofrimento desnecessários”, diz a psiquiatra Célia Lídia da Costa.
A psiquiatra explica ainda que as pessoas começam a fumar razões que “podemos chamar de ‘psicológicas’ no geral, mas que podemos discriminar melhor como necessidade de ser aceito em um grupo, com o cigarro simbolizando um identificador dos participantes deste grupo.
“Por essa razão, a pressão normalmente exerce papel tão importante para o início do seu uso. Daí o que se segue é o condicionamento do hábito às atividades do dia a dia do fumante, e isso de forma bem pouco consciente”, completa.
Tratamento
O programa de tratamento do GAT é padronizado em cinco semanas, mas é planejado de forma individual.
Dessa forma, o tempo para cada paciente varia de acordo com a necessidade, estado de saúde, doenças, nível de dependência, presença de ansiedade ou depressão etc.
Atualmente, o tratamento farmacológico do tabagismo inclui terapias com ou sem a reposição da nicotina, entre elas, a nova geração de medicamentos como a vareniclina, desenvolvida especificamente para o tratamento da doença.
O grupo atende gratuitamente os pacientes que fazem tratamento de câncer no hospital pelo SUS. Já os pacientes não vinculados ao A.C.Camargo têm acesso ao serviço de forma particular.
Gratuito
A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) também tem um programa de combate ao tabagismo. O PrevFumo (Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo) existe há cerca de 20 e é ligado à disciplina de pneumologia da universidade.
O atendimento pelo núcleo também é feito por uma equipe multidisciplinar.
Atualmente, o serviço conta com 17 profissionais da saúde especializados no tratamento do tabagismo: são médicos, psicólogos e fisioterapeutas, acompanhando os fumantes individualmente ou em grupo.
O atendimento é gratuito e aberto à comunidade.
Teste
O Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo), por sua vez, tem um site com dicas, matérias, benefícios e até algumas dúvidas muito comuns entre os fumantes.
No portal é possível encontrar alguns casos de pessoas que conseguiram abandonar o vício com a ajuda dos profissionais do HU.
O Ministério da Saúde também esclarece dúvidas de pacientes que querem deixar o cigarro pelo Disque Saúde, 0800 61 1997.
Além disso, no site do Inca o fumante pode fazer um teste sobre sua situação como fumante e ler um passo a passo que ensina como parar de fumar.
Contatos
Grupo de Apoio ao Tabagista do A.C.Camargo Câncer Center (GAT)
Rua Professor Antônio Prudente, 211 – Liberdade – São Paulo/SP
Agende uma consulta: (11) 2189-5119 / 5141 / 5130
O PrevFumo está localizado na Rua Borges Lagoa, nº 299, na Vila Clementino, em São Paulo/SP (próximo ao Metrô Santa Cruz). Para agendar uma avaliação inicial, é preciso ligar nos telefones: (11) 5572-4301 ou (11) 5576-4848 (ramais 2151, 17001 ou 17004), de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Mais informações no email: antitabagismo@hu.usp.br.
Fonte: Jornalismo Band